dúvidas

1 - resolvendo a questão proposta pelo excelente aluno Pedro, 8.ª C, a Groenlândia é uma ilha que faz parte da América mas pertence à Dinamarca.
2 - retificando a questão proposta pela excelente aluna Joyce, 8.ª B- realmente, as fezes do morcego também são chamadas de guano - eu errei!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

9º Ano - Ásia - O Himalaia e o Rio Ganges - 04/07/2011 a 08/07/2011

O Himalaia 

O Himalaia é a cadeia de montanhas que possui as maiores altitudes do planeta. Situa-se no continente asiático e se estende pelo Paquistão, região de Cachemir, Índia, Tibet (China), Nepal e Butã. Trinta de seus picos ultrapassam 7.300m de altura e 12 deles, oito mil metros. O Everest, com 8.848m, é o pico mais alto do mundo. A cordilheira do Himalaia ocupa uma superfície de 594.400km2 e tem 2.500km de comprimento. Sua largura varia entre 200 e 400km de norte a sul.
A forma desse sistema montanhoso é a de um arco convexo para o sul, que se estende de noroeste a sudeste. Podem-se distinguir várias cadeias com estrutura geológica e evolução diferentes: ao norte, o Transimalaia, que beira o planalto tibetano; o grande Himalaia, que constitui o principal eixo do sistema e apresenta os picos mais altos; e o Himalaia menor, ao sul do grande Himalaia.
A formação da cordilheira teve início na época eocena (há cerca de 38 milhões de anos) e continuou durante o resto do período terciário e no quaternário. Atualmente, ocorrem fenômenos sísmicos nas principais linhas de fratura da crosta terrestre e observa-se uma elevação dos terraços fluviais mais recentes. A rede hidrográfica da região é complexa, que o Himalaia não é o divisor de águas entre o Tibet e a Índia. Isso pode indicar que alguns dos principais rios existem desde antes da elevação da cordilheira, o que se comprova pelo fato de que muitos deles - Jhelun, Ganges, Ghaghra, Tista - cruzam o Himalaia. Os dois rios mais importantes da região são o Brahmaputra, no extremo nordeste, e o Indo, no noroeste. Como outros cursos fluviais, esses rios formam vales estreitos e gargantas apertadas.
Grande parte do Himalaia permanece coberta de neve durante todo o ano. Um de seus traços mais característicos são os picos escarpados onde surgem os circos glaciais (depressões formadas em grandes altitudes) que alimentam as geleiras. A altura e a continuidade da muralha montanhosa formada pela cordilheira intervêm no clima das regiões vizinhas. As grandes montanhas impedem a passagem dos ventos frios continentais procedentes do norte em direção à Índia. A altitude do relevo barra a passagem das monções procedentes do sudoeste, o que as obriga a subir e descarregar muito de sua umidade antes de cruzar a cordilheira. Isso explica por que as precipitações (chuva ou neve) são muito mais abundantes na vertente sul ou indiana que na vertente norte ou tibetana, onde predomina a aridez.
Em função das condições ecológicas, o Himalaia é dividido em oriental e ocidental. O Himalaia oriental apresenta as maiores altitudes do sistema e registra precipitações mais abundantes. A vegetação varia de acordo com a altitude. Até cerca de 1.800m, a vegetação é tipicamente tropical. A partir daí e até 3.600m, surge o bosque temperado. Entre 3.600 e 4.800m, a vegetação é de prados. Acima dessa altitude, surgem as neves perpétuas. O Himalaia ocidental é muito mais seco que o oriental, o que determina o aparecimento de neves perpétuas acima de 5.500m e a pobreza da vegetação: até 1.000m, predomina a estepe e, acima, o bosque temperado.
A população que habita a cordilheira é muito heterogênea, mas existem três grupos principais: os indo-arianos, os drávidas e os mongóis, estes últimos o grupo mais importante. Apesar das difíceis condições impostas pelo meio, o Himalaia conta com importantes recursos econômicos. Entre eles, destacam-se terras cultiváveis, pastos, bosques e minérios, além dos rios como fonte potencial de energia elétrica.
A agricultura é particularmente diversificada nos vales e nas amplas bacias de Cachemir e do Nepal, onde o cultivo é intenso. Nas zonas mais elevadas, a agricultura itinerante se associa à pecuária transumante, com rebanhos de cabras, cordeiros e iaques. A localização do Himalaia no centro de civilizações tão diferentes como a tibetana, a nepalesa, a chinesa e a indiana favorece o desenvolvimento de intercâmbios e do comércio. Por dificuldades impostas pelo terreno, essas atividades sempre se concentraram em alguns centros urbanos. No entanto, transitam pelas rotas da cordilheira muitos peregrinos que se dirigem aos santuários religiosos.
O primeiro mapa do Himalaia foi traçado em 1590 pelo missionário espanhol Antônio Monserrate. Mais tarde, o interesse científico e esportivo despertado pelo Himalaia levou à realização de várias expedições. As primeiras remontam à chegada dos ingleses à Índia. Desde então, várias expedições tentaram conhecer a região e escalar os principais picos. Durante muito tempo foi impossível a escalada dos picos mais altos. O aperfeiçoamento técnico, no entanto, permitiu que a expedição francesa de Maurice Herzog, em 1950, alcançasse o cume I do Annapurna, com 8.091m. Três anos depois, o neozelandês Edmund Hillary e o guia (sherpa) Tensing Norgay alcançaram, pela primeira vez, o pico mais alto do mundo, o Everest.
Matéria publicada na EmDiv Magazine Kindle Edition - Maio 2011

O Rio Ganges – por Janaína Ladeira
  A Índia é muitas vezes chamada “Land of  Rivers“, ou Terra dos Rios devido à sua multiplicidade de afluentes e à  estreita ligação entre seus vastos rios e a cultura indiana, sua civilização, história e religião.

  Sua extensa rede hidrográfica é responsável pelo fornecimento de água potável, irrigaçãotransporte e eletricidade proporcionando assim, meios de subsistência para a população.

   São três os principais rios da Índia: o Indo, o Ganges (Benares) e o Bramaputra. Dentre os sete rios sagrados que descem a cordilheira dos Himalayas está o Ganges  (Devanāgarī : गंगा ) cuja extensão total é de 2.510km (1.560 milhas). Ele banha as cidades de Haridwar, Moradabad, Rampur, Kanpur, Allahabad, Varanasi, Patna e Rajshahi. Une-se ao Rio Bramaputra para formar um gigantesco delta na Bacia de Bengala.

Em Novembro de 2008, o Governo da Índia decidiu declarar o rio Ganges como o Rio Nacional da Índia.

Além disso, não podemos deixar de comentar sobre sua importância na economia do país. Culturas cultivadas na área incluem arroz, cana de açúcar, lentilhas, sementes oleaginosas, batatas e trigo. Ao longo das margens do rio, a presença de pântanos e lagos fornecem um rico espaço para o crescimento das culturas como as leguminosas, chili, mostarda, gergelim, açúcar e juta. Há também muitas possibilidades de pesca ao longo do rio, embora permaneça altamente poluído. Atualmente, a extrema poluição do Ganges afeta 400 milhões de pessoas que vivem perto do rio.


O turismo é outra atividade relacionada. Três cidades santas do Hinduísmo – Haridwar, Allahabad, e Varanasi atraem milhares de peregrinos hindus para suas águas com o objetivo de mergulhar e se banhar no Ganges, o qual acredita-se obter purificação dos pecados e atingir a salvação. As corredeiras do Ganges também são populares em rafting, atraindo centenas de aventureiros no verão.

Parece-me porém, que o mais importante significado do Ganges seja o religioso. De acordo com a religião hindu, um rei muito famoso chamado Bhagiratha fez Tapasya (tapas é um dos Niyamas descritos no Yôga Sútra de Pátañjali e significa auto-superação, esforço sobre si próprio) durante muitos anos, constantemente, para trazer o rio Ganga, então residindo nos céus, descendo sobre a Terra para encontrar salvação para seus antepassados que foram amaldiçoados por uma vidente.

Assim, Ganga descia à Terra através dos cabelos (Jata) de Shiva trazendo fertilidade e lavando os pecados dos homens. Para os hindus, o Ganges não é apenas um rio, mas uma mãe, a Mãe Ganga, uma deusa, uma tradição, uma cultura e muito mais. Alguns hindus também acreditam que a vida é incompleta sem se banhar pelo menos uma vez no Ganges.  Muitas famílias hindus costumam manter um frasco de água do Ganga na sua casaSegundo a tradição hindu, esta água pode curar os doentes e purificar a alma dos pecados passados dos vivos e dos mortos. Por isso, é comum após o funeral, emergir os corpos nas águas do rio.

As antigas escrituras mencionam que a água do Ganges exerce as
bênçãos dos pés do deus Vishnu; daí a Mãe Ganga também fica conhecida
como Vishnupadi, que significa “pés de Vishnu.”

A Mitologia Indiana afirma que Ganga, filha de Himavan, o Rei das montanhas, tinha o poder de purificar tudo o que tocou nela. Assim, Ganga fluiu do céu purificando o povo  da Índia. Apesar de toda a adoração hindu, a exploração comercial do rio tem aumentado na mesma proporção que o aumento da população. Em decorrência disso, suas águas carregam grandes quantidades de poluentes humanos, como por exemplo, Schistosoma mansoni e coliformes fecais. Um alerta aos futuros turistas: beber ou tomar banho nestas águas acarreta um risco elevado de infecção. Embora tenham sido feitas propostas para melhorar esta condição, poucos progressos foram alcançados até o momento.

Por causa disso, a população não pode usufruir da famosa reputação purificadora deste rio que parece ter base científica. É isso mesmo! Conforme relatado no National Public Radio, suas águas têm uma única e extraordinária capacidade de reter oxigênio dissolvido. Assim, disenteria e cólera seriam eliminados, evitando grande escala de epidemias.

Um relatório emitido pelas Nações Unidas em 2007 indica que as geleiras do Himalaya que alimentam o Ganges poderão desaparecer até 2030, após o qual o volume do rio seria uma ocorrência sazonal resultante apenas das monções.