dúvidas

1 - resolvendo a questão proposta pelo excelente aluno Pedro, 8.ª C, a Groenlândia é uma ilha que faz parte da América mas pertence à Dinamarca.
2 - retificando a questão proposta pela excelente aluna Joyce, 8.ª B- realmente, as fezes do morcego também são chamadas de guano - eu errei!!!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

8° Ano - semana 3 - 20 a 26/2








O TERCEIRO MUNDO E A GUERRA FRIA
"A América para os americanos". Esse slogan
resumia a doutrina lançada em 1823 pelo presidente dos Estados
Unidos, James Monroe. A doutrina estabelecia como prioridade, na política
externa, a ampliação da influência de Washington sobre
os países do continente americano.
Até a primeira metade do século XX, os Estados Unidos de
fato garantiram sua hegemonia nas Américas. Mas com a nova configuração
geopolítica do planeta, depois da Segunda Guerra, os americanos
precisaram reformular sua política externa para fazer frente à
expansão do socialismo no mundo. Era o início da Guerra
Fria.







Cuba e o início da
Guerra Fria na América Latina

No final dos anos 50, a revolução
cubana representou uma ameaça ao controle de Washington sobre os
países americanos. Os Estados Unidos não mediram esforços
para garantir esse controle, inaugurando a Guerra Fria na América.
Nos primeiros anos da Guerra Fria, a Casa Branca já havia demonstrado
a disposição de afastar qualquer vestígio de influência
comunista na América.















Em 1954, na Guatemala, a CIA, o serviço
secreto norte-americano, articulou um golpe que depôs o presidente
Jacobo Arbenz, eleito em 1950 com apoio dos comunistas. Arbenz , que
havia realizado a reforma agrária e expropriado terras de empresas
americanas, foi deposto pelo coronel Carlos Castillo Armas, que implantaria
uma sangrenta ditadura no país. Cuba seria o próximo
país a sofrer profundas transformações, cinco
anos após o golpe na
Guatemala. Os guerrilheiros liderados por Fidel
Castro e Ernesto Che Guevara, que até então não apresentavam
posições esquerdistas, lutavam para derrubar o ditador Fulgêncio
Batista.



Sob a ditadura de Batista haviam se multiplicado em Cuba os hotéis
de luxo, os cassinos e as casas de prostituição. Grandes plantações
exploravam a cultura do tabaco, mas sem permitir qualquer liberdade sindical
ou partidária aos trabalhadores. Com o apoio da população
e até uma discreta simpatia da Casa Branca, os guerrilheiros tomaram
o poder em janeiro de 1959, provocando a fuga de Batista. Começava
a era de Fidel Castro.



Pouco depois de assumir o governo,
Fidel Castro iniciou um programa de reforma agrária e de nacionalização
das empresas americanas, além de levar a julgamento os principais
colaboradores de Fulgêncio Batista. As medidas surpreenderam
os Estados Unidos, que passaram a se preocupar com os rumos do novo
regime de Havana.
      Fidel Castro, em 1961













Tensão entre Washington e Havana
À medida que Fidel Castro se aproximava
da União Soviética, o governo americano adotava medidas
de represália, como a suspensão da compra de açúcar
cubano. A ruptura diplomática aconteceria em janeiro de 1961, inaugurando
um período de relações tensas entre Washington e
Havana.




Em abril de 61, meses depois do rompimento diplomático, a CIA organizou
uma invasão de Cuba a partir da Baía dos Porcos. Recrutou
cubanos exilados em Miami, na maioria refugiados e cidadãos expulsos
pelo governo de Fidel. A invasão foi um fracasso. Uma série
de desencontros, falhas de estratégia e má coordenação
permitiu que as forças armadas de Cuba realizassem um contra-ataque
fulminante.




A principal conseqüência da tentativa de invasão, do
ponto de vista geopolítico, foi o aprofundamento dos laços
entre Cuba e União Soviética. Essa proximidade provocaria
uma das mais sérias crises da Guerra Fria e do século XX,
a crise dos mísseis.





            Míssil soviético










Em outubro de 62, aviões de
espionagem dos Estados Unidos detectaram movimentos que indicavam
a disposição soviética de instalar uma base de
mísseis nucleares em Cuba. Seguiram-se duas semanas de tensão,
período em que o presidente Kennedy advertiu Moscou de que
usaria armas nucleares caso a União Soviética insistisse
na base de mísseis. O dirigente Nikita Khruschev recuou, mas
conseguiu um compromisso de
Kennedy da não-intervenção americana
em Cuba. Esse compromisso, no entanto, não impediu que os Estados
Unidos iniciassem um bloqueio econômico e naval do país, numa
tentativa de asfixiar a economia cubana. Washington também fez pressões
para que Cuba fosse expulsa da Organização dos Estados Americanos,
a OEA. Na prática, os Estados Unidos passaram a considerar Cuba como
integrante do "bloco do leste", o grupo de países do leste europeu
aliado de Moscou. Mas a Casa Branca jamais perdeu de vista a proximidade
geográfica da pequena ilha, e utilizou a revolução
cubana como pretexto para uma grande ofensiva anticomunista no continente
americano.




EUA voltam a atenção
para o Brasil

Dentro da estratégia de evitar o surgimento
de "novas Cubas", os Estados Unidos voltaram a atenção para
o maior e mais importante país da América Latina, o Brasil.




No início dos anos 60, a situação no Brasil era de
instabilidade política. Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio
Quadros renunciou ao cargo sete meses depois de eleito, numa frustrada
manobra política para ampliar seus poderes. O Congresso aceitou
a renúncia e o país mergulhou numa séria crise política.
Os militares de direita não queriam a posse do vice de Jânio,
João Goulart, um político identificado com o trabalhismo
de Getúlio Vargas.





Jango


     Presidente João Goulart - 1961        









A construção de hidrelétricas,
a instalação da indústria automobilística
e a criação de Brasília, durante o governo de
Juscelino Kubitschek, entre 1955 e 1959, haviam estimulado o surgimento
de grandes concentrações de trabalhadores urbanos, que
se organizaram em sindicatos para exigir seus direitos. Dentro desse
contexto, a ascensão de um líder trabalhista como João
Goulart parecia significar uma ameaça aos interesses tradicionais
dos grupos
dominantes brasileiros. Num primeiro momento, a crise
foi contornada e Jango tomou posse. Em 62, no entanto, as centrais sindicais
convocaram greves gerais por melhores condições de trabalho
e para exigir do governo um ministério nacionalista e democrático.



O avanço das lutas trabalhistas e o prestígio de líderes
como Luís Carlos Prestes, dirigente do Partido Comunista Brasileiro,
assustavam os setores mais conservadores da classe média e da Igreja
Católica. Políticos influentes, grupos de direita, setores
da igreja e donas-de-casa organizaram passeatas em defesa da religião,
da família e da liberdade, valores que julgavam ameaçados
pelo avanço comunista. A sociedade marchava para uma crise de graves
proporções.




"O período logo após a renúncia de Jânio Quadros
foi de intensa efervescência na política e na sociedade, nos
movimentos populares, sindicais, estudantis e principalmente nos considerados
mais perigosos, os movimentos das ligas camponesas. É assim que se
constrói a democracia, com a participação dos vários
segmentos da sociedade. Mas isso foi considerado extremamente ameaçador
para os grupos dominantes e também para a imensa classe média,
que foi muito mobilizada pelo medo. Medo de descer na escala social, a chamada
proletarização da classe média. Esse medo foi bem manipulado
e explorado pelos setores dominantes, que alardeavam o que se considerava
as duas grandes ameaças para o Brasil: a corrupção,
associada aos antigos políticos do getulismo e incorporada pelo presidente
João Goulart, e a subversão, associada ao perigo do comunismo.
Tudo isso levou a um tal clima de medo que, em nome da segurança,
da estabilidade e até mesmo da paz da família brasileira,
aceitou-se essa violência que foi o golpe militar de 64."


Maria Victoria Benevides

socióloga





Golpe militar e repressão
Os militares brasileiros tomaram o poder
em 31 de março de 64. Vários dispositivos legais impuseram
a censura à imprensa, suspenderam as liberdades democráticas
e tornaram ilegais os partidos de oposição, os sindicatos
e as associações de classe. Agentes da polícia política,
o Dops e o Doi-Codi, perseguiam e prendiam os opositores do regime militar.
Todas as operações eram descritas como "medidas de guerra"
contra o que os governantes chamavam de "comunismo internacional". Muitos
opositores foram torturados ou assassinados. Vários deles desapareceram
para sempre.




A consolidação do regime militar aconteceu em dezembro de
68, quando o presidente, general Arthur da Costa e Silva, assinou o Ato
Institucional número 5. O AI-5 conferia ao governo o poder de cassar
mandatos políticos, decretar o recesso do Congresso, impor estado
de sítio e suspender as garantias individuais.






Herzog e Fiel F°: início
da abertura




O clima de terror que o Brasil conheceu
a partir da decretação do AI-5 teve seu ápice
em outubro de 1975, quando o jornalista Wladimir Herzog foi morto
na prisão, em São Paulo. Houve uma imediata reação
dos setores democráticos do país, que se reuniram num
ato ecumênico pela alma de Herzog na Catedral da Sé.
Em janeiro de 76, a morte do operário Manoel Fiel Filho em
circunstâncias semelhantes forçou o governo a apressar
a













liberalização do regime. O general Ednardo
D'Ávila Mello foi afastado do comando do 2.º Exército, sediado
em São Paulo. A partir daí teve início um processo
que Geisel chamava de "abertura lenta, gradual e segura". Em 1979, finalmente,
foi decretada a anistia aos presos políticos e exilados.




A partir de 1983, o movimento das Diretas-Já, pelo restabelecimento
do voto popular para a eleição do presidente da República,
levou milhões de pessoas às ruas das principais capitais.
A ditadura definhava aos poucos, encerrando seu período em 1985,
quando o senador José Sarney, vice de Tancredo Neves, tomou posse
como presidente do país.

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