dúvidas

1 - resolvendo a questão proposta pelo excelente aluno Pedro, 8.ª C, a Groenlândia é uma ilha que faz parte da América mas pertence à Dinamarca.
2 - retificando a questão proposta pela excelente aluna Joyce, 8.ª B- realmente, as fezes do morcego também são chamadas de guano - eu errei!!!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

9° Ano - semana 2 - 13 a 19/2


Nacionalistas catalães, galegos e bascos ignoram a seleção espanhola

Defensores dos movimentos independentistas não se sentem representados pela equipe que pode ser campeã mundial no próximo domingo

Por Edgard Marques Direto de Madri

O 'Sport", principal jornal esportivo catalão, quase ignora a classificação da Espanha para a final
Copa do Mundo é tempo de união em torno da bandeira nacional, certo? Não se a bandeira em questão é a espanhola. Neste caso, parte da população do país simplesmente ignora a seleção justamente pela associação feita entre o futebol e o patriotismo. O fenômeno pode ser observado em várias regiões do país, mas principalmente naquelas onde os movimentos separatistas têm mais fôlego – Catalunha, País Basco e Galícia.
É uma questão de memória histórica. Os nacionalistas não se sentem espanhóis e sim “povos ocupados” por ter culturas e idiomas própios, diferentes do castelhano que é reconhecido como primeira (mas não única) língua do país. Além disso, a bandeira amarela e vermelha está diretamente associada aos tempos do franquismo – a cruel ditadura que começou com o fim da Guerra Civil (1936-39) e durou até 1975.
– Sou cidadã de um povo colonizado e oprimido por mais de 300 anos pelo estado espanhol e por isso repudio tudo o que simboliza a Espanha – explica Irene Cabrera, catalã de 26 anos, que vive em Barcelona.
Segundo ela, o desrespeito ao direito à autodeterminação dos catalães é mais do que suficiente para não se sentir representada por nada espanhol. Irene afirma que até mesmo ver a comemoração das vitórias espanholas a incomoda.
– Me entristece muito ver a falta de cultura em nosso país (Països Catalans). Aqui muita gente se deixa levar pela massa espanhola eufórica sem refletir sobre os fatos históricos e culturais – afirma.

Na capa do 'Marca', outro cenário: uma ode à Espanha, que avançou à decisão
E não é só rejeição à seleção espanhola que está em jogo. Na Catalunha, muita gente tem esperança de ver sua própria seleção em um campeonato mundial. Como Emili Tor, 29 anos, catalão de Barcelona, que considera chegada a hora de ver uma equipe independente representando seu país.
– A Catalunha já é maior de idade. Nossa seleção deveria ser considerada pela FIFA – diz, lembrando que a equipe catalã já participou de jogos internacionais. Para ele, as comemorações das vitórias espanholas não seriam um problema, não fosse a indignação que sente por não poder ver seus “legítimos representantes” participando de competições esportivas.
Outra comunidade, mesmo discurso. Manuel Villot, 31 anos, galego de Vigo, afirma que não torce para a Espanha porque não é a seleção que representa sua cultura, a galega.
– Esta seleção representa a cultura que leva 500 anos tentando fazer desaparecer o meu idioma. A propósito, foi o que eles conseguiram com muitas outras línguas na América do Sul. A Galícia não é uma comunidade da Espanha, mas sim uma nação sem estado colonizada pelo estado espanhol. Eu gostaría de poder vibrar vendo os jogos da minha seleção, a galega – diz o tradutor, que hoje vive em Barcelona
Na internet, muitos que pensam igual se uniram a um grupo de Facebook chamado “A mí la Roja me la trae floja”, que é uma maneira pouco elegante de dizer “não me interessa a seleção espanhola”. O grupo já tem 35 mil membros, a maioria de catalães, galegos e bascos. Todos demonstrando repúdio pelo time nacional.

Em Madri, as bandeiras aparecem desde o início
da
Copa (Foto: Edgard Marques/Globoesporte.com)
Este clima beligerante ajuda a entender o porquê das declarações do piloto de Moto GP Jorge Lorenzo, atual líder do campeonato de 500 cilindradas. Lorenzo, natural de Mallorca, pediu pela internet a seus fãs que sugerissem possíveis comemorações caso ele ganhasse o GP da Catalunha, realizado no circuito de Montmeló (Barcelona) no último dia 4 de julho. Quando lhe propuseram vestir a camisa oficial da seleção espanhola, Lorenzo se negou.

– Muitos me pediram que eu saia com a camiseta da seleção, mas aqui na Catalunha é complicado. Não quero problemas – escreveu em seu site.
A negativa se espalhou rapidamente (inclusive porque muitas vezes o piloto veste a camisa do Barcelona em suas comemorações) e teve réplica até do cantor Alejandro Sanz, fan incondicional do futebol espanhol.
– Jorge Lorenzo diz que não sabe se põe a camiseta da seleção na Catalunha. Xavi e Piqué (jogadores do Barça) a usam. Eu respeito a todos os catalães que se sentem espanhóis e os que não... mas a covardia, isso é uma questão de atitude – alfinetou Sanz em sua página do Twitter.
A polêmica, claro, segue desde então e não deve parar tão cedo. Por isso há quem pense que não se deveria misturar política e esporte. A galega Marta Comesaña, chefe de produção de uma editora mexicana que vive em Madrid, torce (e muito) para a seleção espanhola.
– Eu sou primeiro galega, depois espanhola. Mas o futebol é um esporte, que acredito que está, ou deveria estar, por cima das cores e bandeiras. Sou consciente de que a Galícia nunca vai ter uma seleção e se algum dia isso acontecer, não acredito que seja competitiva como a espanhola – diz.
Para ela, o desafio é estar por cima dos preconceitos.
– Muito mais agora, quando se supõe que vamos em direção a uma Europa sem fronteiras.
09/07/2010 21h50 - Atualizado em 09/07/2010 21h50

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